Moraes “não é radical”, diz Temer ao defender decisão do STF sobre presos do 8/1
Temer defende a revisão de penas pelo STF como alternativa à anistia e elogia a postura conciliadora de Moraes. Ele destaca a importância da pacificação política para a estabilidade do país.
Ex-presidente Michel Temer elogia o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por sua postura de pacificação política ao revisar penas de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A declaração ocorreu em Nova York na quarta-feira (14).
Temer, que indicou Moraes ao STF em 2016, afirma que este não atua de forma radical, apesar das críticas de aliados de Jair Bolsonaro. “Ele já liberou muita gente. Aqueles [do] 8 de janeiro, as penas de 14, 15, 17 anos devem ser reduzidas,” disse.
O ex-presidente considera a revisão das penas pelo Supremo uma alternativa mais efetiva que a anistia proposta por parlamentares bolsonaristas. “É melhor que o Supremo resolva o assunto,” avaliou.
Temer citou decisões de Moraes, como as que levaram Fernando Collor e Roberto Jefferson a penas alternativas, para reforçar que o ministro não é intransigente.
Ele destacou também o papel de Moraes nas eleições de 2022, elogiando sua coragem no TSE: “O Brasil deve muito a ele.”
Em relação à polarização, Temer comentou sobre sua articulação por uma frente de centro-direita para 2026, sem excluir Bolsonaro, mas enfatizando a necessidade de superação do conflito político.
As declarações de Temer surgem após Bolsonaro acusar Moraes de “lawfare” e criticar a anulação pelo STF da suspensão da ação penal contra Alexandre Ramagem (PL). Bolsonaro também mencionou discussões com militares sobre a implementação de Estado de Sítio após as eleições de 2022.