Moraes nega pedido de Bolsonaro sobre perfil de Cid e alerta contra ‘tumulto processual’
Moraes destaca que o andamento da ação penal não será interrompido por tentativas de procrastinação. A defesa de Bolsonaro buscava incluir novos documentos antes das alegações finais, mas o pedido foi negado.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou, nesta segunda-feira (30), pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre um perfil em rede social atribuído ao tenente-coronel Mauro Cid.
Na sua decisão, Moraes deixou claro que o Supremo não tolerará tentativas de atrasar o processo relacionado à tentativa de golpe de Estado. “Não será admitido tumulto processual”, afirmou o ministro.
O recurso, apresentado pelo advogado Celso Sanchez Vilardi, baseou-se em indícios de que Cid teria criado a conta @gabrielar702 no Instagram, utilizando um e-mail pessoal. Se confirmada, a autoria pode comprometer os benefícios de seu acordo de colaboração premiada.
De acordo com a defesa, documentos de Meta e Google indicam que a conta foi aberta em janeiro com o e-mail “maurocid@gmail.com”. Vilardi alegou que esses documentos são relevantes e deveriam ser anexados antes das manifestações finais.
A ação penal está na reta final, e os prazos para alegações finais foram estabelecidos por Moraes:
- PGR: 15 dias após intimação
- Mauro Cid (delator): 15 dias após manifestação da PGR
- Demais réus: 15 dias para suas alegações
Entre os réus da ação, estão, além de Bolsonaro e Cid, nomes como Anderson Torres, Augusto Heleno, e Alexandre Ramagem.
O advogado Eduardo Kuntz, representando o ex-assessor Marcelo Câmara, indicou que Mauro Cid pode ter trocado informações privadas pelo Instagram, suscitando dúvidas sobre sua delação. Moraes decidiu pela prisão preventiva de Câmara por tentativa de acesso a informações sigilosas.
A defesa de Cid nega a autoria da conta e diz desconhecer o perfil, embora reconheça a coincidência com o nome de sua esposa. Com a decisão de Moraes, o processo continua sem alterações, e o STF julgará o caso em breve.