Moraes nega suspender julgamento de Zambelli por invadir sistema do CNJ
STF mantém julgamento de Carla Zambelli e nega suspensão solicitada pela defesa. Ministra argumenta que crimes foram cometidos antes da diplomação do segundo mandato da congressista.
Ministro do STF, Alexandre de Moraes, negou nesta 2ª feira (12.mai.2025) o pedido da defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para interromper o julgamento contra ela.
A defesa argumentou que a deputada tinha direito à suspensão, pois os crimes ocorreram durante seu mandato. Zambelli foi reeleita em 2022 e está na Câmara desde 2019.
A 1ª Turma do STF julga Zambelli e Walter Delgatti Neto, acusado de invasão a sistema do CNJ e falsidade ideológica. Eles teriam invadido o sistema para emitir um mandado de prisão contra Moraes.
Moraes destacou que a suspensão só é possível se crimes ocorrerem durante o mandato em curso. No caso, os delitos teriam acontecido entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. O magistrado citou o voto do ministro Flávio Dino e afirmou que a Câmara não se pronunciou sobre o recurso.
A fase de instrução penal já foi encerrada, e o julgamento está em andamento. A maioria dos ministros já votou pela condenação de Zambelli a 10 anos de prisão e Delgatti a 8 anos, além da perda de mandato e inelegibilidade por 8 anos.
Os advogados de Zambelli alegaram que o PL apresentou recurso em 29 de abril, e a Câmara tem até 13 de junho para decidir. O caso de Zambelli é o mesmo que o de Alexandre Ramagem, que teve sua ação suspensa pela Câmara apenas para crimes após a diplomação.
A Polícia Federal indiciou Zambelli em fevereiro de 2024, acusando-a de pagar R$ 40.000 por invasões no Judiciário, o que ela nega. Em depoimento na CPI, Delgatti afirmou que Zambelli havia solicitado o ataque ao sistema.