Moraes usa falas de Haddad sobre arrecadação para indicar que poderia derrubar decreto de Lula
Moraes aponta riscos de inconstitucionalidade no aumento do IOF e questiona a finalidade da medida. Audiência de conciliação para discutir a questão está marcada para o próximo dia 15.
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou restrições ao decreto do governo que aumentou alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Moraes **suspendeu os decretos** editados pelo presidente Lula e o decreto legislativo do Congresso, indicando um possível desvio de finalidade no aumento do IOF.
Em sua decisão, Moraes se baseou em declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mencionou a necessidade de aumentar a arrecadação para cumprir a regra fiscal. O governo estima que o aumento do IOF poderia gerar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
O ministro destacou que tributos têm dupla finalidade: arrecadatória e regulatória, e que a avaliação deve mostrar se houve desvio de finalidade no uso do IOF para resolver as contas públicas.
Moraes afirmou que a **receita deve servir a propósitos extrafiscais** e não apenas objetivos arrecadatórios. A audiência de conciliação foi marcada para o dia 15 de setembro, às 15h.
A decisão de Moraes também incluiu referências a julgamentos anteriores e de outros ministros, reforçando a necessidade de **analisar a legitimidade** do aumento do imposto dentro do contexto constitucional.
“O ato do Chefe do Executivo é discricionário, porém a finalidade subjacente ao ato que modifica as alíquotas é determinante para a sua validade”, concluiu Moraes.