Morre José ‘Pepe’ Mujica, ex-presidente do Uruguai que virou símbolo da esquerda da América Latina
Pepe Mujica, ex-presidente uruguaio e ícone da esquerda latino-americana, faleceu aos 89 anos após complicações de um câncer de esôfago. Conhecido por sua simplicidade e por ações progressistas, ele deixou um legado marcante na política da região.
Morreu José "Pepe" Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos, em 13 de agosto, devido a complicações de câncer de esôfago.
Presidiu o Uruguai de 2010 a 2015, após anos na guerrilha Tupamaros. Seu legado inclui a luta contra ditaduras na América Latina e a defesa da democracia.
Em sua última entrevista, Mujica afirmou: "Estou morrendo. Meu tempo acabou." Desde abril de 2024, lidava com o câncer e pedia para ser deixado em paz. Sua morte foi confirmada pelo atual presidente Yamandú Orsi.
Mujica e sua esposa, Lucía Topolansky, estavam juntos desde os anos 1970. Ele expressou o desejo de ser enterrado em sua chácara em Montevidéu, próximo a sua cachorrinha Manuela.
Nascido em 20 de maio de 1935, Mujica se envolveu com o movimento Tupamaros em 1960. Após ser preso e torturado durante a ditadura militar, foi libertado em 1985, ajudando a transformar o movimento em um partido político.
Como presidente, implementou leis progressistas, como a liberalização do aborto e a regulação da maconha, e ficou conhecido como o "presidente mais pobre do mundo" por seu estilo de vida simples.
Mujica se aposentou da política em 2020, mas continuou ativo na militância e apoiou a vitória de Orsi em 2024. Conhecido por sua capacidade de diálogo, tornou-se um símbolo das esquerdas latino-americanas.
Desse modo, sua contribuição para a política uruguaia e latino-americana permanecerá como um legado de humanismo e justiça social.
A morte de Mujica gerou reações de líderes como Lula, que o homenageou com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, elogiando seu papel na integração da América do Sul.