Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, por complicações de um câncer no esôfago
Pepe Mujica, ícone da política uruguaia e defensor dos direitos humanos, faleceu aos 89 anos após batalha contra o câncer. Sua trajetória, marcada por lutas e conquistas, deixou um legado de simplicidade e avanços sociais.
José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, devido a complicações de câncer no esôfago.
Nascido na periferia de Montevidéu, Mujica começou a trabalhar cedo após perder o pai aos sete anos. Iniciou sua militância política no Partido Nacional na década de 50, mas logo se voltou à esquerda. Fundou a União Popular e integrou os Tupamaros, uma guerrilha de extrema-esquerda.
Após várias prisões e torturas durante a ditadura cívico-militar (1973-1985), Mujica foi libertado com a redemocratização. Ele fundou o Movimento de Participação Popular e, em 2004, com a vitória da Frente Ampla, tornou-se ministro da agricultura.
Em 2009, Mujica foi eleito presidente do Uruguai (2010-2015), onde promoveu a despenalização do aborto, a legalização da maconha e do casamento homoafetivo. Durante seu governo, o desemprego caiu para 7%, e a pobreza diminuiu.
Após deixar a presidência, Mujica foi eleito senador até outubro de 2020. Reconhecido por sua simplicidade, ele doava 90% do salário presidencial à caridade e vivia em uma fazenda.
Casado com Lucía Topolansky desde 2005, Mujica não teve filhos. Em 2024, anunciou o diagnóstico do câncer e, em 2025, optou por não receber tratamento, preferindo passar seus últimos meses com os compatriotas. Seu legado se encerra com a frase: "A vida é uma bela aventura e um milagre".