Morte de Khamenei aumentaria instabilidade, dizem especialistas
Khamenei prepara planos de sucessão em meio a crescente tensão regional. Especialistas alertam para instabilidade no Irã caso o líder supremo seja assassinado.
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, está preparando um plano de sucessão devido ao aumento das tensões com Estados Unidos e Israel. A escalada se intensificou após bombardeios norte-americanos em instalações nucleares iranianas em 21 de junho de 2025.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Khamenei “não vai durar muito tempo”. Israel até planejou sua morte, porém essa ação foi vetada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump, no entanto, alertou Khamenei sobre seu paradeiro, considerando-o um alvo fácil: “Ele está seguro lá – Nós não vamos eliminá-lo por enquanto”.
Para Maurício Santoro, doutor em Ciência Política, a morte do aiatolá geraria um vazio de poder e um “período de enorme instabilidade” no Irã, que enfrenta tensões internas entre lideranças políticas e militares.
O vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais da UnB, Roberto Menezes, também destacou que a morte de Khamenei poderia levar a uma comoção nacional e um fortalecimento do nacionalismo contra o “inimigo externo”.
Santoro acredita que um recuo do Irã na guerra seria inédito, considerando sua histórica resistência a pressões externas, como demonstrado na Guerra Irã-Iraque (1980-1988).
Adriana Ricci, especialista em mercado financeiro, argumenta que o Irã está pronto para um conflito prolongado, dada a experiência do país com guerras.
Alexandre Fermanian, economista, defende a ofensiva de Israel como uma ação defensável diante da ameaça nuclear, buscando evitar um conflito maior.
Menezes critica a força desproporcional de Israel e afirma que Washington busca derrubar o governo iraniano, enquanto Fermanian destaca que Israel mantém uma política de dissuasão frente a ameaças existenciais, diferentemente do Irã, que assusta com discursos de destruição.
A situação permanece delicada, com potencial para mudanças significativas no equilíbrio de poder na região.