Motivação principal das indústrias brasileiras ao adotar fontes renováveis de energia é econômica

Indústrias brasileiras adotam energia renovável por motivos econômicos.

De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 50% das empresas que investem em fontes renováveis o fazem principalmente para reduzir custos.

O estudo, conduzido pela Nexus, entrevistou 1 mil executivos entre 24 de outubro e 25 de novembro de 2024. Os resultados mostram que 48% das indústrias já investem em fontes renováveis, um aumento de 34% em relação ao ano anterior.

A autoprodução é a principal estratégia utilizada (42%), também motivada pela economia (50%). Este modelo permite que empresas se tornem sócias de usinas e usem a energia só para consumo próprio, gerando isenção de encargos, mas repassando custos a outros consumidores.

Apesar do avanço, a preocupação ambiental ocupa uma posição secundária. Apenas 11% das empresas priorizam renováveis para reduzir poluentes, uma queda em relação a 2023 (16%).

Davi Bomtempo, superintendente de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, destaca a integração entre redução de custos e sustentabilidade. “Além dos custos, a questão ambiental é um fator essencial”, diz.

A Medida Provisória 1300 limita autoprodução a 30 MW e 30% do projeto para eliminar distorções. Bomtempo alerta sobre a prática da “autoprodução Nutella”, onde empresas se autodeclaram produtoras para obter subsídios.

Outro ponto crítico é a ausência de incentivos fiscais. Nove em cada dez empresas que buscam descarbonização cite a falta de incentivos tributários como barreira.

O Nordeste lidera o uso de fontes renováveis, com 60% das indústrias investindo, enquanto no Sudeste o índice é de apenas 39%.

Além dos custos, 66% das empresas demonstraram interesse em financiamentos para modernizar maquinário visando a redução de emissões.