Motta admite que há discussão sobre exigência de aval prévio do Congresso para investigação de parlamentares

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou que não enxerga ambiente político para votar mudanças no foro privilegiado ou anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Em entrevista à GloboNews, Motta pediu à Corregedoria rigor na punição aos deputados bolsonaristas envolvidos em motim na semana passada. Ele admitiu discussões sobre mudanças nas regras das prerrogativas, incluindo a necessidade de aval prévio do Congresso para investigações contra parlamentares.

Sobre a medida provisória que auxilia setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos, Motta garantiu que o texto terá tratamento prioritário.

Motta destacou que o grande número de parlamentares envolvidos no motim dificulta a punição sumária. Ele pediu que o corregedor, Diego Coronel (PSD-BA), seja firme e enérgico na responsabilização dos envolvidos.

Ele negou ter negociado o fim do motim e afirmou que pautas de interesse bolsonarista não foram incluídas na agenda. Motta minimizou a atuação do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), destacando a participação de outros deputados nas negociações.

Sobre a PEC do foro privilegiado, Motta disse que não há consenso para votação e que a anistia a golpistas também não está em discussão, citando a impossibilidade de anistiar quem é julgado pelo STF.

Em relação a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Motta informou que não haverá tratamento diferenciado, e que a perda de mandato seguirá o rito regimental.

Por fim, Motta falou sobre o projeto de lei para proteção digital de crianças e adolescentes, defendendo votação rápida do PL 2628/22, que será discutido na reunião de líderes na próxima terça-feira.