Motta barra IOF maior e recado a Haddad é claro: “Mais imposto não passa”
Governo e Congresso tentam retomar negociações sobre aumento do IOF, mas não há avanços. A proposta enfrenta resistência legislativa e uma suspensão pelo STF, complicando a busca por soluções fiscais.
Governo Lula retoma diálogo com Congresso
Na terça-feira (8), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a cúpula do Congresso Nacional tentaram destravar o impasse sobre o aumento da alíquota do IOF. A reunião, na residência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), terminou sem avanços.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo buscará convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) da constitucionalidade da elevação do IOF, que foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes.
Hugo Motta deixou claro que não há apoio no Legislativo para novos impostos ou aumento de tributos, ressaltando a necessidade de cortes de gastos em vez de aumentar a arrecadação.
"Foi uma reunião para retomar o diálogo. Não adiantamos nada. Estamos mais propensos a cortes", disse Motta ao Poder360.
Durante o encontro, houve desconforto com as críticas ao Congresso nas redes sociais, interpretadas como incentivadas por setores próximos ao governo. Motta destacou que esse tipo de ataque é "ruim quando se deseja diálogo".
A proposta de reajuste da alíquota do IOF foi negada pelo Congresso em 27 de junho, e o governo acionou o STF após a rejeição. No dia 4, Moraes suspendeu tanto o decreto que aumentava o IOF quanto a votação que o revogava, impedindo a cobrança da nova alíquota.
Hugo Motta e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se reunirão com líderes partidários nesta quarta-feira (9) para discutir o andamento das negociações. Não há previsão de acordo ou nova votação.
Enquanto isso, o governo aposta em uma decisão favorável do STF para validar o aumento da alíquota do IOF, enquanto setores da base e da oposição se articulam para manter a rejeição da proposta no Congresso.