Motta envia recados sobre crise do IOF, enquanto governo mantém tom de confronto

Governo Lula enfrentrando crise após derrubada do decreto do IOF

Após a maior derrota no Congresso, o governo Luiz Inácio Lula da Silva continua a retórica de confronto. A decisão do Congresso de derrubar o decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) complicou a situação fiscal e política do Executivo.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, alertou que não aceitaria a judicialização do caso e criticou o governo por sua falta de comunicação com os parlamentares.

O projeto que revogou o aumento do IOF foi aprovado com 383 votos a 98 na Câmara e teve votação simbólica no Senado. Motta advertiu que a judicialização da decisão seria vista como um aviso de que o governo prefere governar com o STF do que com o Congresso.

O Ministério da Fazenda previa arrecadar R$ 10 bilhões com o IOF até o fim do ano, um valor vital para os gastos públicos. Motta comentou que a falta de uma base sólida pode levar à ingovernabilidade.

O PSOL já movimentou uma ação no STF para anular a decisão do Congresso. Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a continuidade das políticas de justiça social, afirmando que não se deixará intimidar.

O presidente Lula reiterou que a reforma tributária é crucial para a justiça fiscal, anunciando isenções do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Embora a polarização persista, alguns aliados do governo, como a ministra Gleisi Hoffmann, buscam retomar o diálogo com lideranças da Câmara. O líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes, pediu uma conversa para virar a página e encontrar soluções.

No jantar com líderes empresariais, Motta enfatizou a necessidade de diálogo, reconhecendo a polarização, mas defendendo a responsabilidade da Câmara em representar a pluralidade do povo brasileiro.