Motta nega traição ao governo com derrubada do IOF e critica 'nós contra eles'
Hugo Motta defende sua decisão de pautar a derrubada do aumento do IOF, ressaltando a importância de priorizar os interesses do país. Líderes do governo expressam surpresa, destacando o impacto na receita e a polarização política.
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, negou ter agido contra o governo ao pautar o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derrubou o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), em vídeo no Instagram.
Motta afirmou: “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice”. Segundo ele, comunicou ao governo a dificuldade de aprovação da matéria.
Na última quarta-feira, o projeto foi aprovado pela Câmara e pelo Senado. Líderes do governo expressaram surpresa com a decisão.
O governo argumenta que a derrubada do decreto pode reduzir a receita de 2025 em R$ 10 bilhões., podendo resultar em novo bloqueio ou contingenciamento. É a primeira vez em 33 anos que um decreto presidencial foi derrubado pelo Congresso.
Motta criticou a polarização política, afirmando que ela cansa a população e que "quem alimenta o 'nós contra eles' acaba governando contra todos." Ele se referiu aos ataques de perfis de esquerda que usam a hashtag #CongressoInimigoDoPovo.
O governo, por meio de ministros como Fernando Haddad, defende uma “justiça tributária” que atinge o “andar de cima”. Motta enfatizou: “Se a ideia for ruim para o Brasil, vou morder. Se for boa, vou assoprar.”
No mesmo dia da derrubada do IOF, a Câmara também aprovou três propostas que beneficiam a população, incluindo uma medida provisória que autoriza R$ 15 bilhões em habitação e leilão de excedente de petróleo.
Motta concluiu que isso deve ajudar o governo a arrecadar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões sem aumentar impostos.