Movido a café: volta ao escritório alavanca negócios da Nespresso no Brasil

A Nespresso, marca da Nestlé, tem se destacado no mercado corporativo brasileiro de café, especialmente após a volta dos trabalhadores aos escritórios. Juliana Reis, Gerente de Marca da Nespresso Brasil, aponta para uma mudança nos hábitos de consumo, com a democratização do café de alta qualidade.

A empresa intensificou sua presença através de contratos de comodato de máquinas, onde as empresas alugam equipamentos sem custo, apenas comprando cápsulas. Esse modelo elimina o investimento inicial, com o faturamento da Nespresso sendo gerado exclusivamente pela venda das cápsulas.

No primeiro semestre, a Nespresso teve crescimento orgânico de 5,8% e vendas globais de cerca de US$ 4 bilhões. O café agora é visto como uma ferramenta de produtividade e bem-estar corporativo, oferecendo preparo rápido em comparação a métodos tradicionais.

As máquinas exigem consumo mínimo de 150 cápsulas mensais e a cápsula mais barata custa R$ 2,80. O mercado brasileiro de cafés está em crescimento, com consumo per capita de 5 kg de café por ano e um faturamento anual estimado em R$ 60,85 bilhões.

A Nespresso importa café de 18 países, concentrando sua produção na Suíça. A empresa compra aproximadamente 500 mil sacas de grãos anualmente de cooperativas, praticando normas de sustentabilidade. As fazendas fornecedoras, como a Fazenda Cachoeira da Grama, recebem visitas de clientes e adotam práticas de manejo sustentável.

O combate ao desperdício é um diferencial da Nespresso, que se beneficia das mudanças no consumo de café em cápsulas e enfrenta desafios das mudanças climáticas sobre a qualidade dos grãos. O café é agora uma experiência sofisticada, atraindo o interesse crescente por cafés especiais.