MP do tarifaço vai avançar no Congresso? Cúpula sinaliza apoio, mas critica governo e cobra emendas
Deputados apoiam a Medida Provisória para combater sobretaxa dos EUA, mas expressam insatisfação com a falta de diálogo do governo. A tramitação da MP poderá ser afetada por atrasos na execução de emendas parlamentares e ações do Executivo.
BRASÍLIA - Parlamentares da Câmara dos Deputados sinalizam apoio à aprovação da Medida Provisória (MP) contra o “tarifaço” dos EUA, mas identificam um “descompasso” nas ações do governo Lula.
O presidente Lula cobrou agilidade na votação, que inclui uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas impactadas. Contudo, as medidas exigem regulamentação.
Deputados reconhecem o efeito imediato da MP, mas desejam seu aperfeiçoamento. A avaliação é de que o montante pode ser insuficiente para eliminar os efeitos do tarifaço.
A tramitação da MP é uma preocupação: alguns acreditam que pode ser rápida, enquanto outros temem uma discussão que dure toda a validade da medida, cerca de quatro meses.
As críticas ao governo incluem a ausência de diálogo prévio e a lenta resposta ao tarifaço. Parlamentares divergem sobre a necessidade de contato direto entre Lula e Trump.
Governistas admitem que a execução das emendas parlamentares pode impactar a tramitação da MP e pedem celeridade nos desembolsos, discutindo a situação com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Outro ponto de destaque é a exclusão de R$ 9,5 bilhões da meta fiscal, referente a aportes em fundos. Para muitos deputados, essa exclusão é justificável em situações de emergência.
A oposição enfrenta desafios para se opor às medidas pro-empresariais, mas há possibilidade de obstrução devido a discursos divergentes entre os bolsonaristas.