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MPT processa montadora chinesa BYD por trabalho escravo em construção de fábrica na Bahia

Ação do MPT denuncia condições de trabalho degradantes e irregularidades em contrato de 220 operários na fábrica da BYD. Montadora e empreiteiras enfrentam pedido de indenização e multas milionárias por danos morais e descumprimento das leis trabalhistas.

Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia processa a montadora chinesa BYD por trabalho análogo à escravidão.

Após a recuperação de 220 trabalhadores em dezembro em Camaçari, a ação se estende também às empreiteiras China JinJiang e Tonghe/Tecmonta.

Os operários, que entraram no Brasil com visto de trabalho especializado, estavam em funções inadequadas. A maioria (163) trabalhava para a JinJiang e 57 para a Tonghe/Tecmonta, na construção da fábrica da BYD.

Condições precárias: os trabalhadores viviam em alojamentos insalubres, com apenas um sanitário para 31 pessoas e alimentos expostos à sujeira. Também enfrentavam vigilância armada e tinham passaportes retidos.

Contratos ilegais impunham jornadas exaustivas e multas, incluindo retenção de até 70% dos salários e penalidades em caso de rescisão. O MPT identificou riscos de acidentes por falta de segurança no trabalho.

O MPT requer R$ 257 milhões por danos morais coletivos e indenizações individuais. A multa é de R$ 50 mil por infração, multiplicada pelo número de trabalhadores.

A BYD reafirmou seu compromisso com os direitos humanos e trabalhistas e se manifestará nos autos. As empreiteiras não foram localizadas para comentar.

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