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Mudanças no Novo Mercado acendem alerta vermelho entre controladores

Entidades do setor criticam o atual sistema de votação que define alterações no Novo Mercado, alegando que ele favorece a inação das companhias. A Abrasca recomenda a aprovação das mudanças apenas com o voto afirmativo da maioria, visando garantir maior segurança e representatividade.

Discussão Acentuada sobre Votação na Reforma do Novo Mercado

Na fase final da votação da quinta reforma do Novo Mercado, a controvérsia gira em torno do modelo de votação proposto pela B3. A Abrasca, que representa as empresas listadas, critica o sistema em que as propostas podem ser aprovadas se menos de um terço dos participantes discordarem; as abstenções contam como votos a favor.

A Abrasca afirmou que as mudanças devem ser aprovadas por ampla maioria e não apenas pela inação dos participantes. Além disso, a entidade mudou sua posição, agora recomendando voto contrário a várias alterações nas regras dos conselhos de administração, defendendo que estas devem ser voluntárias.

Historicamente, o sistema de votação do Novo Mercado não muda e exige que um terço das 190 companhias reprove alterações. O presidente-executivo da Abrasca, Pablo Cesário, explicou que a discussão ganhou atenção no alto escalão das empresas, refletindo preocupações sobre o risco elevado para o futuro do segmento.

Atualmente, a Abrasca reúne 69 empresas do Novo Mercado, que representam 36% do total. O veto a alterações exige mobilização das companhias, que estão focadas em sobrevivência financeira. As críticas também incluem propostas da B3 que podem onerar empresas que discordam das mudanças.

Um grupo de dez empresas ilustres, incluindo Marfrig, BRF e Suzano, enviou uma correspondência à B3 solicitando mudanças no sistema de votação para que a abstenção não seja considerada como concordância.

A B3 já recebeu 76 manifestações e está buscando um diálogo com as companhias, mas defende que as mudanças são essenciais para a evolução das normas de governança. A diretora da B3, Flavia Mouta, destacou a abertura para discussão e eventual revisão do sistema de votação em seis meses.

A ex-presidente da CVM, Maria Helena Santana, e outras vozes do setor expressaram diferentes perspectivas sobre a reforma, ressaltando a importância de um mercado competitivo. A discussão ressalta uma visão de necessidade de equilibrar interesses distintos para um futuro sustentável no mercado de capitais brasileiro.

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