Mudar de emprego já não significa ganhar mais. É o novo alerta do mercado nos EUA
Pesquisas recentes indicam que trabalhadores que permanecem em seus empregos estão vendo um crescimento salarial superior ao de quem troca de posição. O aumento das demissões e a pressão econômica podem estar levando os profissionais a priorizar a estabilidade no mercado de trabalho.
Pesquisa do Federal Reserve Bank of Atlanta revela que, em fevereiro, o crescimento salarial médio foi de 4,4% para quem permaneceu no emprego e 4,2% para quem trocou de emprego. Isso indica um mercado de trabalho mais fraco.
Trabalhadores qualificados estão se segurando em seus cargos devido à possibilidade de demissões. Em março, houve o maior ritmo de cortes de empregos desde 2020.
Peter Cappelli, da Wharton School, afirma que o excesso de candidatos resulta em aumentos salariais menores e descreve a situação como um afrouxamento do mercado de trabalho.
A situação muda o cenário de “The Great Resignation”, quando, em julho de 2022, novos empregos ofereceram crescimento salarial de 8,5%, enquanto os que permaneceram ganharam 5,9%.
Desde agosto, a tendência se inverteu e quem ficou no emprego teve um crescimento salarial maior. A taxa de trabalhadores em transição está em mínima de quase quatro anos, segundo o Federal Reserve Bank of Philadelphia.
Ainda que haja resiliência em alguns indicadores, como número de vagas e baixo desemprego, as tensões comerciais e cortes em agências governamentais têm gerado temores de recessão.
Historicamente, manter-se no emprego durante recessões resulta em crescimento salarial maior, como visto após a bolha das pontocom em 2001 e a crise de 2008.