Muito passageiro para pouco avião: maior companhia aérea dos EUA expõe a atual contradição da aviação global
CEO da United Airlines afirma que a escassez de aviões e motores é o principal desafio para atender a demanda de voos. A situação pode durar até o final da década, impactando a renovação da frota e os planos de expansão da companhia.
A aviação civil enfrenta desafios globais devido à falta de novos aviões. Scott Kirby, CEO da United Airlines, destacou que o principal obstáculo para a modernização da frota é a incapacidade de atender à crescente demanda por viagens.
A escassez é consequência da falta de motores e gargalos na cadeia de suprimentos, afetando empresas como a Airbus e a Boeing. A United ainda opera com aeronaves descontinuadas, como os Boeing 757 e 767, em rotas lucrativas.
A companhia considera uma encomenda de jatos A350 da Airbus, mas as entregas começarão apenas no final da década. A United investiu em serviços premium, como assentos reclináveis Polaris e internet Starlink, visando fidelizar clientes.
Kirby observou que a indústria de aviação está se dividindo entre experiência de viagem e foco em custo. A crise da Boeing impactou suas ambições, e a United alterou planos de lançar voos transcontinentais com o Max 10 para utilizar o Airbus A321neo, adiando o início para 2027.
O pedido atual à Airbus é de 45 unidades, e Kirby prevê que a escassez de motores deve persistir até o final da década. Cerca de 700 aeronaves novas estão paradas aguardando reparos.
Apesar dos desafios, Kirby está optimista com a recuperação das viagens aéreas e mencionou a redução da dívida da United e a manutenção de um caixa robusto em resposta à pandemia.
Contudo, a empresa enfrenta obstáculos como o envelhecimento do sistema de controle de tráfego aéreo dos EUA e reduções de voos por falhas em seu hub no Aeroporto de Newark.