Mujica passou quase 12 anos preso em solitária e conseguiu fuga espetacular da cadeia
José Mujica relembra episódios de sua vida como guerrilheiro e sua icônica fuga da prisão de Punta Carretas em 1971. Ao longo da conversa, ele também compartilha detalhes sobre seu amor pela esposa, que se cruzou com sua trajetória de luta.
José Mujica, ex-presidente do Uruguai, relembra sua fuga dramática da prisão em 1971, quando estava envolvido no Movimiento de Liberación Nacional-Tupamaros (MLN-T), um movimento guerrilheiro urbano.
A fuga, conhecida como "El abuso", foi resultado de um elaborado plano que começou com tentativas frustradas de escapar por um túnel. A ideia inicial era construir um túnel de fora para dentro, mas decidiram cavar de dentro da prisão.
Desafios: Como perfurar paredes de tijolos resistentes? Descobriram que poderiam serrar com correntes e arames de camas. Após subornos, conseguiram passagens livres durante as revistas.
Um preso comum foi convencido a ajudar, e o túnel levou mais de um mês para ser concluído. Usavam técnicas para disfarçar o buraco, como misturar cimento branco com farinha.
No dia da fuga, organizaram uma distração: uma festa do lado de fora. Saíram em dois caminhões, conseguindo escapar e, durante o processo, Mujica conheceu sua futura esposa.
Reencontro: Ela havia denunciado práticas corruptas em uma empresa e decidiu se juntar aos Tupamaros, resultando em sua prisão.
Após outra prisão e fuga, Mujica se reuniu com sua esposa em um contexto de perseguição. Compartilha: "Em uma atmosfera de perigo, nos apegamos ao amor".
Anos depois, em um quartel, enfrentou tortura e isolamento, mas permaneceu resiliente. Experiências difíceis: foi amarrado e sentenciado a passar meses sem leitura.
Após anos de luta e privação, Mujica conseguiu liberdade e um novo começo, reunindo-se com outros companheiros.