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Mulheres ocupam só 11% do total de cargos militares

Apesar dos avanços desde a inclusão feminina nas Forças Armadas, a presença de mulheres ainda é insignificante, especialmente no Exército. Especialistas apontam que a cultura militar e a masculinidade tóxica dificultam a inserção plena das mulheres nas funções de combate.

Mulheres nas Forças Armadas brasileiras

Após 45 anos de integração, as mulheres representam apenas 11% do efetivo militar, totalizando 37.602 das 342.155 tropas em ativa.

A Marinha possui 9.085 mulheres (12,6%), o Exército apenas 13.461 (6,7%) e a Aeronautica conta com 15.056 mulheres (22%), a maior participação.

Stela Dantas, especialista, critica a percepção de que as mulheres são vistas mais como “mulheres” do que como militares.

As mulheres ingressaram nas Forças a partir de 1980 na Aeronáutica, e na Marinha em 1982. O Exército só permitiu a entrada em 1992.

Inicialmente, o ingresso feminino se limitou a carreiras específicas. Proibições para funções operacionais duraram mais de duas décadas.

Em 2024, ocorreu o 1º alistamento militar feminino voluntário, com 25.250 inscrições, a maioria do Sudeste e Nordeste.

A primeira fase de alistamento vai até 30 de junho de 2025. Estão disponíveis 1.465 vagas: Exército (1.010), Aeronáutica (300) e Marinha (155).

Stela observa que o ambiente militar tem um padrão de aceleração das mulheres, refletindo a masculinidade tóxica como barreira para a inserção feminina.

A Aeronáutica permitiu o ingresso de combatentes em 2003. Marinha e Exército em 2012, com a sanção da lei 12.705 pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Em 2024, a PGR questionou no STF a restrição de mulheres em funções de combate. O Exército alegou razões biológicas para essa limitação.

A Aman começou a admitir mulheres em 2018, com a 1ª formatura ocorrendo em 2021.

Desde março de 2025, Maria Elizabeth Guimarães é a 1ª mulher a presidir o STM. Em março de 2025, a advogada Verônica Abdalla Sterman foi indicada para uma vaga no STM, representando um avanço.

“Ainda estamos muito no início, mas já é algo”, conclui Stela.

Reportagem produzida por Gabriel Lopes sob supervisão de Sabrina Freire.

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