Mulheres sírias alauítas viram alvo de sequestro após queda de Bashar al-Assad
Crescentes relatos de sequestros de mulheres alauítas na Síria evidenciam a brutalidade da violência direcionada a essa minoria religiosa. Organizações de direitos humanos alertam para a transformação dessas mulheres em símbolos de opressão e subjugação.
Nora, uma mulher alauita, foi sequestrada na Síria por homens mascarados enquanto viajava com seu bebê perto de Jabala. Ela ficou presa por quase um mês, durante o qual sofreu abusos físicos e psicológicos e foi privada do filho.
A foto de sua libertação viralizou, simbolizando o trauma que muitas mulheres alauítas enfrentam. Desde o início do ano, mais de 40 mulheres dessa comunidade foram relatadas como desaparecidas, segundo o ativista de direitos humanos Bassel Younus.
Os alauítas, considerados apóstatas por radicais islâmicos, estão sob crescente ameaça. Relatos de sequestros e ataques aumentaram, e a ONU está investigando casos semelhantes. O presidente interino sírio criou uma comissão de inquérito, mas as respostas são escassas.
Sami, irmão de Iman, e Maya, sequestrada com sua irmã, compartilharam suas histórias de temor e extorsão. Os sequestradores exigem resgates altos, e muitos casos permanecem sem solução.
O ativista Bassam Alahmad destaca a crescente conexão entre religião e ataques, enfatizando a responsabilidade coletiva da comunidade alauita pelos crimes do regime de Assad. Enquanto algumas mulheres retornam, muitas outras continuam desaparecidas.
Nomes foram alterados para proteger as entrevistadas.