Na era da IA, 'potencial' pode ser mais importante para contratação do que 'competências': 'Podem estar obsoletas em meses'
A crescente adoção da inteligência artificial está moldando novas dinâmicas nas contratações, com foco no potencial humano em vez de habilidades técnicas fixas. Especialistas alertam que a priorização de competências interpessoais e o investimento em recursos humanos são essenciais para o futuro do trabalho.
A difusão da inteligência artificial (IA) está mudando o mercado de trabalho e a forma de contratações. Segundo Tomas Chamorro Premuzic, diretor de inovação da ManPowerGroup, os empregadores podem priorizar o potencial dos candidatos em vez de suas competências.
Isso se deve ao fato de que as competências podem se tornar obsoletas rapidamente, em apenas seis meses. É crucial que os candidatos demonstrem qualidades como trabalho duro, curiosidade e boas habilidades interpessoais, que a IA pode ajudar a avaliar.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, atualmente, um em cada quatro trabalhadores está em profissões expostas à IA generativa. Contudo, a maioria dos empregos será transformada e não eliminada, já que a intervenção humana continua sendo essencial.
As tarefas de informática que podem ser realizadas autonomamente por IA estão crescendo rapidamente. Por isso, os empregadores devem buscar profissionais com habilidades que a IA não pode substituir, como julgamento ético, atendimento ao cliente, gestão e estratégia. Segundo pesquisa do ManPowerGroup, essas competências ainda não são suficientemente destacadas na formação.
Chamorro Premuzic ressalta: “Para cada dólar investido em tecnologia, deveriam ser investidos oito ou nove dólares em recursos humanos, transformação cultural e gestão da mudança.”