Na nova ordem mundial de Trump, os homens fortes dominam e o poder faz a razão
A transformação da política externa americana sob Donald Trump gera preocupações globais sobre o futuro das alianças e do papel dos Estados Unidos no mundo. Observadores internacionais notam um distanciamento das tradições diplomáticas, enquanto a popularidade do país despenca em várias nações.
A ideia de uma nação excepcional nos EUA, representada pela frase “uma cidade brilhante em uma colina”, foi usada por John Winthrop em 1630. Atualmente, observadores internacionais percebem os EUA, sob a administração de Donald Trump, como uma cidade que está escurecendo.
Trump transformou a política externa dos EUA, promovendo valores transacionais e um estilo de negociador. Analistas levantam a questão: o que ele planeja construir em troca da política externa antiga?
O ex-chefe do MI6, Alex Younger, alerta que as relações internacionais estão se afastando de regras multilaterais e se aproximando de acordos de poder entre líderes fortes, semelhante à Conferência de Yalta em 1945.
Um exemplo dessa nova mentalidade é a condução de Trump nas negociações de paz na Ucrânia, favorecendo interesses dos poderosos. Ele parece criar um novo equilíbrio entre EUA, Rússia e China, enquanto aliados tradicionais podem ficar à deriva.
Uma pesquisa recente revela que a favorabilidade dos EUA caiu drasticamente entre nações europeias e no Canadá, e muitos expressam preocupação com um possível segundo mandato de Trump.
Trump também implementou cortes nas ajudas militares e de inteligência e se afastou da oposição histórica à Rússia. Com isso, líderes europeus se mostram prontos para defender a Ucrânia, lidando de forma independente sem o apoio dos EUA.
No campo econômico, Trump busca restaurar barreiras tarifárias, estratégia vista como desestabilizadora e contraproducente por muitos economistas, que alertam para consequências econômicas negativas.
A história americana tem sido marcada por valores como generosidade e tolerância, essenciais para a liderança global dos EUA. Winthrop advertiu sobre o perigo de priorizar “prazer e lucros”.
O excepcionalismo exige comportamentos que estejam à altura dessa missão.