'Não existirá decisão na política fiscal ou monetária que não vai gerar insatisfação de algum agente', diz Galípolo
Gabriel Galípolo ressaltou a complexidade das decisões de política fiscal em comparação à política monetária, destacando os inevitáveis "trade-offs" enfrentados. Ele abordou ainda a situação das moedas emergentes e as expectativas de inflação no Brasil, apontando desafios adicionais para a condução da política econômica.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que decisões de política fiscal envolvem sempre um “trade-off” de bônus e ônus.
Galípolo comentou que a política fiscal é mais complexa que a política monetária, por envolver negociações com diversos agentes. Essa afirmação ocorreu após a alta do IOF sobre produtos, anunciada pelo Ministério da Fazenda, que gerou repercussão negativa.
“Não é papel do BC comentar política fiscal”, declarou, enfatizando que quem toma decisões econômicas enfrentará insatisfações. Ele participou do XI Seminário Anual de Política Monetária, promovido pelo Centro de Estudos Monetários (CEM) da FGV/Ibre.
Sobre a política monetária, Galípolo destacou que as ferramentas estão ao alcance do Banco Central, enquanto a política fiscal exige mais negociações com a sociedade e outros ministérios.
Além disso, mencionou o comportamento das moedas emergentes, que não valorizaram tanto em momentos de turbulência, levando bancos centrais à flexibilização monetária para combater a inflação. No Brasil, as expectativas de inflação estão desancoradas desde o fim de 2024, indicando um contexto doméstico mais forte para estas estimativas.