HOME FEEDBACK

‘Não falar de guerras em debates sobre o clima seria como estar em outro planeta’

Ativista critica desconexão entre negociações climáticas e conflitos globais, alertando para a irrelevância da discussão climática diante de guerras. Tasneem Essop destaca a urgência de integrar questões sociais e políticas nas pautas ambientais para tornar a COP30 mais inclusiva e significativa.

Tasneem Essop, ativista sul-africana e diretora-executiva da Climate Action Network, critica a falta de conexão entre as guerras mundiais e as discussões climáticas durante evento em Bonn, preparatório para a COP30.

Ela alerta que estamos em um momento perigoso e que a negociação climática está isolada das realidades de conflitos como a guerra no Irã, a guerra em Gaza e a invasão russa na Ucrânia. Tasneem afirma: “Tornar a mudança do clima irrelevante é uma possibilidade real se não houver conexão”.

A ativista denuncia a censura do secretariado da UNFCCC, que proibiu a expressão “Fim ao Cerco” em manifestações da CAN, alegando que o evento deve ser neutro e focado apenas no clima.

Em resposta, ativistas da CAN realizaram protestos com cartazes e prometeram dar mais visibilidade às suas ações fora da programação oficial.

Tasneem menciona que a lei internacional está desmoronando e critica a impunidade de países que violam direitos humanos, apontando que as guerras enviam mensagens de desprezo à vida das pessoas, enquanto lutamos contra uma crise climática existencial.

Ela destaca que financiamentos enormes são direcionados para guerras e combustíveis fósseis, enquanto a luta contra a mudança climática é subfinanciada. Para Tasneem, essa desconexão se torna uma barreira para a relevância das discussões climáticas.

A Cop30 no Brasil é vista como uma oportunidade para dar voz e inclusão aos movimentos sociais e ao Sul Global, buscando soluções que não deixem ninguém para trás.

Leia mais em valoreconomico