Não há como regular o ambiente se perdermos a Amazônia, diz analista do Observatório do Clima
COP-30 em Belém: Brasil centraliza discussão sobre mudanças climáticas em um momento crítico. Especialistas avaliam desafios e oportunidades que o encontro global enfrentará em meio a tensões geopolíticas e demandas por ações concretas.
COP-30 em Belém será um marco para o Brasil como sede da conferência climática, em novembro. Quase 200 nações estarão presentes para discutir ações contra as mudanças climáticas.
O evento ocorre em um contexto global de guerras e instabilidade, que pode impactar as negociações sobre financiamento climático, metas de emissões e transição para uma economia de baixo carbono.
A especialista em Política Climática, Stela Herschmann, destaca a importância de trazer a conferência para uma região severamente afetada por esses impactos. Ela participará do painel COP-30 no Estadão Summit ESG 2025, em 21 de agosto, em São Paulo.
A escolha de Belém simboliza a necessidade urgente de abordar a crise climática. A conservação da Amazônia é crucial; o desmatamento já tem consequências graves e pode levar ao colapso do ecossistema.
A COP-29 deixou insatisfações sobre financiamento, que podem influenciar as discussões em Belém. O “fantasma de Baku”, referente a decisões inconclusivas, pode assombrar as negociações.
O ano de 2025 será decisivo, com novos compromissos climáticos até 2035. A meta é reduzir as emissões em 65% até lá, mas estudos alertam que muitos países não estão avançando. O Brasil apresentou metas que geram confusão e dificultam ações efetivas.
O tema dos combustíveis fósseis precisa ser integrado às discussões, mesmo com resistências. O setor é central na crise climática e requer diálogo direto para uma transição justa.
A agenda da COP-30 também inclui a participação do setor privado, que deve se engajar ativamente na descarbonização e em compromissos concretos para evitar o greenwashing.
As decisões da COP-30 influenciarão processos futuros, demandando que cada país implemente as políticas necessárias. No Brasil, um plano climático está sendo elaborado, mas enfrenta desafios, especialmente com metas confusas.
Embora a sociedade civil tenha espaço nas negociações, há críticas sobre a falta de transparência. Mobilizações externas são essenciais para pressionar governos a agir.
Apesar dos desafios globais, a COP-30 pode deixar um legado significativo, especialmente com a finalização do marco de adaptação e o debate sobre a transição dos combustíveis fósseis.
O Brasil pode liderar essa discussão, promovendo um diálogo equilibrado entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, crucial para avançar na luta contra a crise climática.
Serviço:
O que: Summit Estadão ESG
Quando: 21 de agosto
Onde: Teatro Bravos (Rua Coropé, 88 - Pinheiros)
Ingressos: summits.estadao.com.br/esg/programacao/