Não há espaço para vontades unilaterais, diz Dino sobre emendas
Ministro Flávio Dino destaca a necessidade de harmonia entre os Poderes no uso das emendas parlamentares. Audiência pública no STF reúne especialistas para discutir Ações Diretas de Inconstitucionalidade sobre o tema.
Ministro Flávio Dino, do STF, afirmou em audiência pública (27.jun.2025) que “não há espaço para vontades unilaterais” no uso das emendas parlamentares.
A audiência, convocada pelo ministro, durou das 9h às 17h e contou com a presença de especialistas e dos presidentes da Câmara e Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente. O objetivo foi coletar informações para o julgamento de diversas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) sobre o tema.
Durante sua fala, Dino defendeu a harmonia entre os Poderes, ressaltando que quem usa dinheiro público não pode fazer isso “onde quiser e quando quiser”. Ele afirmou que a atuação deve ser parametrizada pelos detentores da soberania e que erros de um Poder afetam a população.
Dino destacou que as decisões do STF sobre emendas são unânimes e não isoladas, abrangendo governos anteriores e atuais. Ele criticou as alegações de interferência do STF nas competências do Legislativo, afirmando que se o Congresso quiser mudar o Orçamento, pode fazê-lo, mas o STF apenas cumpre um dever constitucional.
A audiência também recebeu os autores das ADIs que questionam a execução das emendas impositivas. Três ações estão em análise: ADI 7697 (do PSOL), ADI 7688 (da Abraji) e uma da PGR. O PSOL argumenta que o orçamento tem sido usado como “instrumento de financiamento da política e das eleições”.
A presidente da Abraji, Katia Brembatti, criticou a falta de transparência no uso das emendas, afirmando que se tornaram objeto de barganha e que a falta de clareza é uma realidade preocupante.