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‘Não há nada de pé em Gaza neste momento’, diz autora de ‘Tornar-se Palestina’, relançado no Brasil

Lina Meruane relança seu livro "Tornar-se Palestina", abordando a identidade palestina em meio a um contexto de guerra e crise humanitária. A autora também apresenta sua nova obra, "Sinais de Nós", que retrata a ditadura chilena sob a perspectiva de sua infância.

Lina Meruane define seu nascimento no Chile como um acidente e se considera palestina ao descobrir a história de seu avô, que fugiu da Palestina em 1912. Essa trajetória é narrada no livro Tornar-se Palestina, lançado em 2013 e agora reeditado no Brasil pela editora Relicário, com novo prefácio e uma parte adicional.

A autora destaca a oportunidade da nova edição, afirmando que o livro ressoa com a atual situação na Faixa de Gaza, onde 55 mil palestinos morreram. “A verdade é que a situação está cada vez pior”, diz Lina.

Além da reedição, Lina está promovendo seu livro inédito Sinais de Nós, que aborda a ditadura chilena sob sua perspectiva de criança. Lina enfatiza a importância de discutir a Palestina, especialmente após a guerra se expandir ao Irã.

A ONU alerta que quase 500 mil pessoas em Gaza enfrentam risco de <>. Israel bloqueia a entrada de ajuda humanitária, e houve relatos de ordens do Exército israelense para disparar contra civis em filas de distribuição de alimentos.

No livro, Lina reflete sobre sua identidade e a experiência de ser reconhecida como estrangeira. Ela questiona como o rosto tornou-se uma ferramenta de identificação e menciona a filosofia de Emmanuel Levinas sobre o rosto como um chamado ético.

A nova edição de Tornar-se Palestina inclui um prefácio de Milton Hatoum, que elogia o impacto do livro no Brasil, onde já vendeu 15 mil cópias.

Em Sinais de Nós, Lina reflete sobre sua infância durante a repressão no Chile, reconhecendo que as crianças são capazes de perceber a situação ao seu redor, apesar da superproteção que se acredita oferecer a elas.

“As crianças são muito capazes de entender até mesmo o que não é dito”, conclui Lina, ressaltando a necessidade de reconhecer e discutir esses sinais desde a infância.

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