Não há "nenhum espaço" para corte da Selic este ano, diz Mesquita, do Itaú
Mario Mesquita destaca a necessidade de manter os juros elevados para alinhar expectativas de inflação e acredita que cortes só devem ocorrer em 2026. Ele observa que, mesmo com possíveis quedas de commodities, o cenário não é suficiente para uma mudança imediata na política monetária.
Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor do Banco Central, afirma que não há espaço para queda de juros no Brasil neste ano e que, em 2026, o risco é que os cortes sejam adiados.
Participando de um encontro com jornalistas em São Paulo, Mesquita destacou a importância do controle das expectativas para a inflação. Ele afirmou que "o BC terá que manter a taxa de juros parada por bastante tempo".
Mesquita acredita que o ciclo de elevação dos juros pode ter terminado, mas não vê possibilidade de cortes em 2023. Ele prevê uma possível queda de juros apenas para 2024, com risco de adiamento para o segundo trimestre.
Ele também mencionou que, caso ocorra uma antecipação dos cortes, isso seria impulsionado por quedas nos preços das commodities e uma valorização significativa do real, que poderiam influenciar as projeções de inflação.
Mesquita reconheceu que esses fatores já estão em jogo, mas não o suficiente para uma grande mudança na política monetária.