'Não há transformação sem resistência', diz Pochmann após nova polêmica com servidores

Presidente do IBGE, Marcio Pochmann, afirma que recebe críticas dos servidores de forma democrática.

Assumindo o cargo em agosto de 2023, ele busca transformações no instituto, ressaltando que "não há transformação sem resistência".

A nova polêmica surgiu com o lançamento do Programa Nacional de Inteligência e Governança Estatística, que tem como objetivo subsidiar políticas públicas preditivas.

O projeto, anunciado com o Serpro, criou incertezas por usar o termo "preditivas", associado a previsões, que não é a prática tradicional do IBGE.

Pochmann defende a iniciativa, afirmando que o IBGE continuará suas projeções, com um foco crescente em integração de dados de diferentes órgãos.

A Assibge (entidade sindical dos servidores) expressou preocupações, afirmando que a predição não é parte da estatística oficial, diferindo de projeções consolidadas.

O novo programa faz parte do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (Singed), que busca integrar dados e permitir o uso de big data e inteligência artificial.

Pochmann esclarece que o IBGE ainda não planeja fazer projeções macroeconômicas, e que as políticas públicas preditivas serão responsabilidade de outros órgãos.

Além disso, o IBGE aguarda orçamento para realizar o Censo Agropecuário em 2026 e já se prepara para iniciar os testes, dependendo da liberação de recursos.

Sobre as críticas recebidas, Pochmann considera-as naturais em um ambiente democrático, afirmando trabalhar dentro de um diálogo aberto com servidores.

A iniciativa da Fundação IBGE+ foi suspensa para reavaliação, sem decisão ainda sobre seu futuro.

Marcio Pochmann é um economista e figura política ligada ao PT, com uma trajetória acadêmica significativa.