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Não vou viver para ver os EUA voltarem ao que eram, diz Paul Krugman sobre “tarifaço”

Paul Krugman critica o aumento das tarifas comerciais dos EUA como um retrocesso econômico sem precedentes. Ele alerta sobre o impacto inflacionário e a crescente desconfiança do mercado em relação ao dólar.

Paul Krugman, economista norte-americano e vencedor do Nobel de Economia de 2008, critica a economia dos EUA após a imposição de tarifas sobre importações pelo governo de Donald Trump. Ele participou do Anbima Summit em São Paulo, onde alertou sobre um gigantesco retrocesso econômico.

Krugman destacou o impacto inflacionário das tarifas, que serão repassadas aos consumidores com atraso. Ele prevê um pico de inflação na economia americana em breve.

O Nobel também mencionou que a tarifa média aplicada pelos EUA aumentou de menos de 3% para cerca de 17% este ano, categorizando isso como “o maior choque de política comercial da história”.

Ele expressou preocupação sobre o futuro da economia e revelou: “O cenário é bastante desanimador e não acho que vou viver para ver os EUA voltarem ao que eram no ano passado.”

Sobre o dólar, Krugman apontou incertezas, afirmando que os EUA “não estão sendo vistos pelos mercados como um lugar confiável”. Recomenda que bancos centrais deveriam considerar reduzir a participação do dólar em suas reservas.

Krugman abordou a globalização, afirmando que ela não fracassou e facilitou o desenvolvimento de países como a China. Ele acredita que as atuais tarifas refletem mais uma crise de liderança americana do que uma demanda populacional.

Em relação ao Brasil, Krugman vê pouca exposição aos choques comerciais dos EUA, já que seus principais parceiros comerciais são a China e a União Europeia. Ele adverte, no entanto, sobre os riscos de uma má gestão do comércio com os EUA.

Por fim, Krugman se mostrou cético sobre as criptomoedas como substitutas do dólar, afirmando que “a primeira geração das criptos é muito volátil” e que somente o euro poderia se aproximar dessa função, caso não houvesse crises futuras.

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