Narges Mohammadi, Nobel da Paz iraniana, denuncia ameaças de morte do regime
Narges Mohammadi, a ativista iraniana premiada com o Nobel da Paz, relatou ameaças de morte feitas por agentes do regime. O Comitê Nobel expressou sua preocupação com a segurança da ativista e de outros críticos no Irã.
Narges Mohammadi, ativista de direitos humanos e vencedora do Nobel da Paz 2023, recebeu ameaças de morte das autoridades do Irã, conforme informou o comitê do prêmio.
O presidente do comitê, Jorgen Watne Frydnes, revelou que a ativista fez uma "ligação urgente", mencionando que sua vida estava em perigo. Mohammadi afirmou que foi ameaçada com "eliminação física" por agentes do regime.
Após passar grande parte da última década presa, está em liberdade provisória desde dezembro por razões médicas. Ela estava detida na penitenciária de Evin, em Teerã. Seus advogados temem que ela possa ser enviada de volta à prisão a qualquer momento, especialmente após os ataques israelenses durante a guerra contra o Irã.
O Comitê Nobel se declarou “profundamente preocupado” com as intimidações e pediu que as autoridades protejam a liberdade de expressão de Mohammadi e de todos os cidadãos críticos ao regime.
A advogada da ativista, Chirinne Ardakani, confirmou as ameaças à AFP. Mohammadi é perseguida há 30 anos por seu ativismo, iniciado na universidade, e por sua defesa dos direitos das mulheres.
Em março, ela afirmou que as mulheres estão se levantando contra o regime islâmico, que já não tem poder para reprimi-las. Ela foi presa 13 vezes, acumulando 31 anos de penas e 154 chicotadas.
A prisão mais recente foi em 2021, e ela foi liberada provisoriamente em dezembro. O Nobel foi recebido por seus filhos, pois estava na prisão na época da premiação.