Natura: mais volatilidade para a ação? É o que mercado espera após combo de anúncios
Natura&Co. propõe fusão para simplificar governança, mas mudanças na liderança geram preocupações entre analistas. A aprovação dos acionistas e da CVM será crucial para a nova estrutura e potencial reestruturação da Avon.
A Natura&Co. (NTCO3) é a maior baixa do ano no Ibovespa, com queda de 24%. Na sexta-feira, 21, a desvalorização era de 1,76%, cotada a R$ 9,48.
A companhia anunciou a proposta de fusão de sua estrutura de holding à Natura Cosméticos, com mudanças na alta administração.
O objetivo da fusão é:
- simplificar a estrutura de governança;
- priorizar operações latino-americanas e a marca Natura;
- desbloquear ganhos de eficiência para futuras distribuições de dividendos.
A fusão depende da aprovação dos acionistas no dia 25 de abril e da CVM para a transição da Natura Cosméticos ao status de emissora “Categoria A” e sua listagem no Novo Mercado da B3.
As mudanças na liderança incluem:
- Fábio Barbosa deixará o cargo de CEO e será Presidente do Conselho da nova holding;
- João Paulo Ferreira permanecerá como CEO da Natura Cosméticos;
- Guilherme Castellan sairá em maio, com Silvia Vilas Boas assumindo suas funções.
- Alessandro Carlucci se unirá como diretor independente.
Analistas da XP Investimentos consideram a mudança negativa para a alta administração e alertam sobre riscos para a Avon Intl. A reestruturação pode gerar volatilidade adicional na NTCO3, com surpresas no timing das mudanças.
O Bradesco BBI destaca que, embora sejam mudanças esperadas, o momento pode aumentar as preocupações no mercado. Resultados do 4T24 mostraram desempenho fraco, impactando a confiança.
Os analistas ressaltam que, apesar da simplificação estrutural e do foco em melhorias operacionais, ainda existem riscos relacionados à reestruturação da Avon e à alta alavancagem, o que os leva a manter uma recomendação neutra.