Negociação com Japão para vender carne bovina prioriza Sul do Brasil e irrita grandes exportadores
Negociações para viabilizar a exportação de carne bovina brasileira para o Japão estão focadas em três estados do Sul, gerando insatisfação entre grandes produtores de outras regiões. O acordo, que pode abrir um mercado promissor, ainda enfrenta desafios e depende da aprovação do governo japonês.
Mercado japonês e carne bovina brasileira
As negociações para abrir o mercado japonês à carne bovina brasileira focam em habilitar fornecedores do Sul do Brasil, gerando desconforto em empresas de outras regiões.
O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, tenta há duas décadas ingressar no Japão. Um acordo ofereceria ao Japão uma alternativa aos EUA e Austrália, principalmente com as novas tarifas do presidente Trump.
As negociações foram aceleradas após uma visita de Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão em março, conhecido por ser um dos maiores importadores.
Entretanto, o status atual preocupa frigoríficos de grandes estados produtores, como São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará, que representam quase 60% das exportações brasileiras.
Um memorando recente indicou que apenas Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina foram nomeados para exportação, já declarados livres da febre aftosa.
Ainda sem comentários do Ministério da Agricultura, uma fonte anônima confirmou que as negociações estão limitadas a estas três regiões.
Representantes do setor esperam inclusão de mais estados. "As negociações são difíceis", disse Paulo Mustefaga, presidente da Abrafrigo. "Estranhamos esse foco em apenas três estados."
O Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão está avaliando o risco de acordo com seus procedimentos antes de liberar a exportação.