Negociação do tarifaço esbarrou em falta de interlocução do governo com Casa Branca
Governo Lula busca diálogo com EUA para evitar tarifaço, mas enfrenta dificuldades em obter interlocução. Sanções contra Moraes e tarifas elevadas reforçam a percepção de fechamento nas negociações.
O governo Lula intensificou nas últimas semanas o diálogo com autoridades americanas para evitar o tarifaço de Trump ao Brasil, encontrando resistência na Casa Branca.
A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou contato com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e teve conversas com técnicos do departamento. O vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu virtualmente com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e emergiu que William Kimmit, conselheiro de Lutnick, participou de uma reunião importante com big techs.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez uma visita não programada a Washington para se encontrar com o secretário de Estado, Marco Rubio, mas os contatos não resultaram em abertura significativa na negociação contra o tarifas.
A avaliação entre os auxiliares de Lula é que a influência do deputado Eduardo Bolsonaro dificultou ainda mais a comunicação, especialmente após ele ter se mudado para os EUA para pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
Haddad e Bessent se encontraram em maio, onde foram discutidos argumentos contra a sobretaxa de produtos brasileiros. Embora o Tesouro americano tenha demonstrado disposição para futuras conversas, a decisão de Trump de reafirmar o tarifaço e impor sanções mostra que as negociações são limitadas.
A inclusão de Moraes na Lei Magnitsky indica um caráter político nas tarifas e sugere baixa disposição dos EUA para negociar.