Negociação nuclear entre EUA e Irã trava; temor de guerra cresce
As negociações nucleares entre EUA e Irã continuam sem avanços, enquanto o Irã reafirma sua capacidade de enriquecer urânio e pressiona por um acordo. O cenário se torna ainda mais tenso com a possibilidade de ações militares por parte de Israel caso as conversas fracassem.
Negociações nucleares entre EUA e Irã enfrentam impasse
As negociações nucleares chegaram a um ponto crítico nesta sexta-feira (23) em Roma, durante a quinta rodada de conversas, sem avanços substanciais.
O chanceler do Omã, Badr al-Busaidi, que media os encontros, informou que não houve "progresso conclusivo". Ele espera resolver as questões próximos dias para alcançar um "acordo honrado e sustentável".
O porta-voz iraniano, Esmaeil Baqaei, afirmou que o chefe da delegação americana, Steve Witkoff, deixou as negociações por questões de agenda, indicando uma crise. Em contrapartida, o chanceler iraniano Abbas Araqchi mencionou que as conversas são "complicadas", mas há "potencial de progresso".
O principal impasse está relacionado ao enriquecimento de urânio. Desde a saída dos EUA do acordo nuclear em 2018, o Irã tem avançado no desenvolvimento de material radioativo. A Agência Internacional de Energia Atômica indicou que o Irã já cruzou linhas vermelhas rumo à bomba nuclear.
Araaqchi emitiu um ultimato aos EUA pelo X: "Zero armas nucleares = temos um acordo. Zero enriquecimento = nós NÃO temos um acordo". O acordo de 2015 permitia o enriquecimento controlado até 3,67%.
As tensões aumentam em meio a um clima crítico, com os EUA aumentando suas pressões e Israel, único país nuclear no Oriente Médio, pronto para atacar instalações nucleares iranianas em caso de fracasso nas negociações.
Araaqchi enviou uma carta à ONU alertando contra ações de Israel, que seriam vistas como um envolvimento dos EUA. Para o Irã, seu programa nuclear é essencial em negociações, justificando sua resistência a abandoná-lo.