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Negociações entre EUA e União Europeia continuarão apesar da suspensão das tarifas de Trump

Negociações entre a UE e os EUA seguem adiante, apesar do bloqueio judicial às tarifas de Trump. A corte americana considerou ilegal parte da agenda tarifária, mas tarifações setoriais ainda estão vigentes.

Negociações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos prosseguirão na próxima semana, apesar de uma decisão judicial que bloqueou a agenda tarifária do presidente Donald Trump.

O encontro entre o comissário de Comércio da UE, Maroš Šefčovič, e representantes dos EUA ocorrerá na reunião ministerial da OCDE, em Paris. A corte de comércio dos EUA considerou ilegal o programa de tarifas "dia da libertação", que incluía uma tarifa base de 10%.

Apesar da decisão, tarifas de 25% sobre carros, aço e alumínio continuam em vigor. A Justiça americana decidiu logo após Trump anunciar uma tarifa geral de 50%, recuando após conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A Comissão Europeia comunicou que a tarifa "recíproca" de 10% deve ser mantida, reduzindo sua postura anterior. A UE planeja oferecer flexibilizações regulatórias para empresas americanas e já começou a simplificar legislações.

Atualmente, essa tarifa impacta 70% das exportações da UE para os EUA, totalizando € 380 bilhões (R$ 2,4 bilhões). Antes da decisão, Washington considerava a taxa inegociável.

Ignacio García Bercero, ex-negociador da UE, alerta que é um "erro" a Europa recuar das negociações, enfatizando a necessidade de focar nas tarifas sobre aço, alumínio e automóveis.

Joost Pauwelyn, consultor em Bruxelas, ressalta que um recuo europeu pode piorar o conflito, e recomenda que a Comissão aproveite a fragilidade americana para minimizar futuras tarifas.

Allie Renison, consultora da SEC Newgate, observou que a decisão aumentou a incerteza para parceiros comerciais dos EUA, que buscam previsibilidade.

Um diplomata europeu envolvido nas negociações disse que a decisão judicial deu tempo ao bloco, afirmando: "Não precisamos ter pressa." A Comissão Europeia não comentou a decisão americana.

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