Negócios lucrativos ajudam a sustentar 'campanha genocida' de Israel em Gaza, diz especialista da ONU
Relatório da ONU critica empresas por envolvimento em ações que favorecem assentamentos israelenses e conflitos em Gaza. Especialista pede o fim das relações comerciais com Israel e responsabilização por possíveis violações de direitos humanos.
Relatório da ONU cita mais de 60 empresas, incluindo grandes fabricantes de armas e tecnologia, por apoiar assentamentos israelenses e ações em Gaza, qualificadas como "campanha genocida" pela relatora Francesca Albanese.
O documento, publicado em 30 de outubro, pede que as empresas cessem relações comerciais com Israel e responsabilizem executivos por supostas violações do direito internacional.
"Enquanto a vida em Gaza é destruída, este relatório ilustra como o genocídio de Israel é lucrativo", afirmou Albanese.
A missão de Israel em Genebra rejeitou o relatório, chamando-o de "juridicamente infundado" e "difamatório".
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, Israel afirma ter o direito à autodefesa. O conflito subsequente resultou em mais de 56 mil mortos em Gaza.
O relatório agrupa as empresas por setor, mencionando:
- Lockheed Martin e Leonardo: armamentos usados em Gaza;
- Caterpillar e HD Hyundai: equipamentos que contribuíram para destruição de propriedades;
- Alphabet, Amazon, Microsoft e IBM: centrais no aparato de vigilância.
A Caterpillar já mencionou que espera que seus produtos sigam o direito internacional humanitário.
O relatório, que atualiza um banco de dados da ONU, será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU na quinta-feira. Apesar de não ter poderes vinculativos, investigações da ONU podem informar processos judiciais internacionais.
Importante notar que Israel e os Estados Unidos se retiraram do Conselho no início do ano, alegando parcialidade.