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Negros e indígenas em cargos de liderança sobem 19 p.p. em 25 anos

A pesquisa revela um crescente aumento da diversidade racial em leadership no governo federal ao longo dos últimos 25 anos, embora a equidade de gênero ainda esteja distante. Especialistas destacam a necessidade de medidas estruturais para garantir igualdade plena nas posições de poder.

A presença de pessoas não-brancas em cargos de liderança no governo federal aumentou 19 pontos percentuais nos últimos 25 anos. Em 1999, eram 20% (3.321) entre 17.190 funcionários. Em 2024, esse número subiu para 39% (16.432) dos 40.842 funcionários.

Os dados são do estudo “Lideranças Negras no Estado Brasileiro”, divulgado em 28 de março de 2025, realizado pela Afro-Cebrap com apoio da Fundação Lemann e Imaginable Futures.

O estudo mostra um crescimento gradual na porcentagem de pessoas não-brancas em posições de chefia, com os maiores avanços durante o 1º governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a gestão de Jair Bolsonaro e o 3º mandato de Lula, com um aumento de 4 pontos percentuais.

Mesmo com avanços, o crescimento é maior para homens (11,6 pontos) do que para mulheres não-brancas (7,5 pontos). A quantidade de homens brancos e amarelos em posições de poder diminuiu 2,1 pontos percentuais.

Agora, 100% dos funcionários em liderança declaram sua cor, sendo que antes eram 16,1% sem essa declaração.

Alessandra Benedito, da Fundação Lemann, destaca que, apesar do avanço, é insuficiente e enfatiza a lacuna na equidade racial e de gênero.

O estudo também revela que a maioria dos líderes não-brancos é altamente qualificada, mas não pertence a linhagens de elite. Instituições como o Itamaraty têm baixa diversidade: 51% das chefias são ocupadas por homens brancos e amarelos.

Em contraste, ministérios voltados a políticas sociais apresentam maior representatividade: 61% no Ministério dos Povos Indígenas e 43% no Esporte.

Os dados foram coletados com base em registros do governo federal, e a pesquisa mescla informações quantitativas e qualitativas, distinguindo entre “cargos de liderança” e “alto escalão”.

Este relatório foi produzido por Pedro Linguitte, sob a supervisão de Jonathan Karter.

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