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Nelson Jobim: Lula não arbitra crise e vê “disfuncionalidade radical” no governo

Nelson Jobim critica a disfuncionalidade do sistema governamental brasileiro e sugere que o presidente Lula deve mediar as disputas internas. Ele enfatiza que a ausência de interlocutores influentes prejudica a coordenação política e a eficácia do Executivo.

Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o sistema de governo brasileiro enfrenta uma “dupla disfuncionalidade”.

Essa disfuncionalidade se manifesta no Congresso Nacional, com o domínio das emendas parlamentares, e no Executivo, devido a disputas internas entre diferentes visões econômicas.

Jobim defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria atuar como mediador, algo que, segundo ele, não está acontecendo. “Lula joga muito. Dá para um, dá para outro”, comentou, ressaltando a radicalização da disfuncionalidade.

Ele destaca a paralisia do Executivo, resultante do embate entre a ala desenvolvimentista do governo e o núcleo modernizante liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No Legislativo, a crítica recai sobre o poder excessivo dos parlamentares, que controla as emendas ao Orçamento, prejudicando a coordenação política.

Jobim também apontou a falta de interlocutores influentes no atual governo, citando figuras do primeiro mandato petista como exemplos de quem poderia impor limites a Lula.

Ele enfatizou que, apesar de uma economia não ruim, a política é ineficaz e o presidente não se beneficia disso. “Hoje, não tem ninguém próximo que possa dizer ‘não’ ao Lula”, afirmou.

Sua análise ocorreu em um painel sobre semipresidencialismo, uma alternativa ao modelo político atual, onde defendeu que o Congresso Nacional deve liderar a construção de um novo regime.

“O que importa não é o conceito, mas o desenho e a construção do modelo”, concluiu Jobim.

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