Nem em piores pesadelos imaginaria uma tarifa de Trump assim, diz diretor da Suzano
Diretor da Suzano expressa surpresa com tarifa de 50% anunciada por Donald Trump e destaca a importância da celulose brasileira para o mercado americano. Ele menciona que a nova taxa pode impactar os custos e gerar incertezas para consumidores dos EUA.
Guilherme Miranda, diretor para as Américas da Suzano, fabricante de papel e celulose, expressou surpresa com a nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Miranda comentou durante evento da Brazilian-American Chamber of Commerce em Nova York que a situação é inesperada: "Nem nos piores pesadelos poderia imaginar que isso pudesse acontecer".
A Suzano, que atua nos EUA há 40 anos, vende celulose e matérias-primas. “Estamos monitorando todas as movimentações feitas pelo governo dos EUA desde a primeira rodada de implementações tarifárias”, disse Miranda, ressaltando o superávit comercial dos EUA com o Brasil.
O executivo manifestou preocupações sobre a falta de previsibilidade política, mas acredita que o governo brasileiro buscará uma solução. "Estamos apoiando o governo brasileiro e nossos parceiros nos EUA para encontrar um resultado negociado".
Miranda destacou que a tarifação ainda não possui estrutura legal definida e que a Suzano está preparada para buscar outros mercados, embora deseje manter os negócios nos EUA.
A celulose brasileira representa 83% do total de celulose de fibra curta nos EUA, cerca de 2,5 milhões de toneladas, essencial para produção de papel higiênico de alta qualidade.
Em relação ao impacto na inflação, Miranda alertou que os custos da nova tarifa seriam repassados aos clientes. "O consumidor na América do Norte terá que arcar com esse custo adicional".
Ele apresentou dois cenários para o futuro: clientes pagando a tarifa de 50% ou a retirada de 50% dos concorrentes globais, elevando os preços devido à redução da competição.