Nem tudo na história brasileira é conchavo e conciliação
A série "1961" revela os movimentos de resistência que evitaram o golpe militar de 1964 no Brasil, destacando a figura audaciosa de Leonel Brizola. Com reflexões sobre a fragilidade da liderança de João Goulart, o documentário oferece lições relevantes para a atualidade política do país.
A série documental “1961”, de Amir Labaki, apresenta uma reflexão sobre os golpes políticos e a resistência democrática no Brasil.
No contexto da tomada do poder pelos militares em 1964, a série destaca atos esquecidos em 1961, quando João Goulart assumiu a presidência após a renúncia de Jânio Quadros.
Os militares tentaram impedir a posse de Goulart, mas Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, mobilizou uma resistência popular significativa, utilizando apoio midiático e um discurso forte.
Brizola chegou a distribuir armas à população, gerando uma mobilização que impossibilitou a intervenção militar na ocasião.
João Goulart, ao retornar da China, foi aclamado, mas sua falta de discurso e a situação política nos bastidores resultaram em descontentamento popular.
Um acordo entre Tancredo Neves e os generais alterou a estrutura de poder, diminuindo a autoridade de Goulart, levando a reações negativas da população, sinalizando um “golpe” sutil.
A série provoca reflexões sobre as decisões políticas daquela época e os paralelos com desafios atuais, especialmente diante da mobilização popular contemporânea frente a tentativas autoritárias.
Com uma análise crítica e atual, “1961” nos ensina que a história brasileira contém episódios de resistência e que a dissonância pode mudar o curso dos eventos.