'Nenhum país está preso ao Mercosul', diz Haddad a jornal argentino
Haddad defende a união do Mercosul como uma estratégia para fortalecer as negociações internacionais do Brasil e critica possíveis saídas de países do bloco. O ministro também enfatiza a importância do equilíbrio nas contas públicas e a colaboração bilateral com a Argentina, apesar das diferenças econômicas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ao jornal argentino La Nación que nenhum país está preso ao Mercosul, mas defendeu que a união fortalece negociações. Ele enfatizou a necessidade de manter contas públicas equilibradas, mesmo que com abordagem diferente do governo argentino.
Haddad participou de um encontro de ministros da Fazenda do Mercosul em Buenos Aires, onde passou a presidência temporária da Argentina para o Brasil. Durante sua visita, teve uma reunião com o ministro argentino Luis Caputo.
O ministro ressaltou que o Mercosul deve negociar com a União Europeia para fortalecer sua posição no comércio internacional. Ele citou: "Nenhum país está preso ao Mercosul… negociar como um bloco, porque isso nos fortalece."
Por outro lado, o presidente argentino Milei sugeriu a possibilidade de a Argentina sair do bloco para negociar bilateralmente, especialmente com os Estados Unidos. Haddad acredita que negociar juntos é mais eficaz, considerando a força de um mercado de 300 milhões.
Ele também mencionou o aumento do turismo argentino no Brasil, que trouxe preocupações para a Argentina devido ao crescente déficit bilateral. Para Haddad, a integração com outras regiões, como a Europa, e a diversificação das relações comerciais são vitais.
Durante as discussões, o ministro expressou interesse em cooperar em política aduaneira, padronização de produtos e integração monetária, usando moedas locais para facilitar o comércio. Haddad reconheceu as diferenças estruturais entre Brasil e Argentina, defendendo que cada país deve seguir seu próprio caminho democrático.
Ele criticou abordagens que reduzem a participação do estado na economia e defendeu que o ajuste fiscal deve ser feito com justiça, apontando a responsabilidade dos ricos nesse processo.