Netanyahu diz que quer assumir o controle de toda a Faixa de Gaza
Netanyahu reafirma a intenção de Israel de controlar a Faixa de Gaza, enquanto o chefe do Estado-Maior expressa preocupações sobre as consequências militares e a segurança dos reféns. A pressão internacional por um cessar-fogo aumenta diante da crise humanitária e da devastação na região.
Netanyahu anuncia planos de controle militar sobre Gaza
Nesta quinta-feira (7), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país pretende assumir o controle militar de toda a Faixa de Gaza e eventualmente entregá-la às Forças Armadas para uma governança adequada.
Durante uma entrevista à Fox News, Netanyahu respondeu afirmativamente à pergunta sobre o controle do enclave, apesar da resistência do chefe das Forças Armadas, Eyal Zamir, em relação à proposta de tomar as áreas restantes de Gaza.
Uma reunião tensa de três horas revelou preocupações sobre os riscos de aprisionar os militares no território, com a advertência de Zamir sobre possíveis danos aos reféns mantidos na região.
Os militares israelenses controlam atualmente 75% de Gaza, após quase dois anos de guerra iniciada com ataques do Hamas em outubro de 2023. A guerra devastou a infraestrutura da região, levando muitos à beira da fome.
A ONU classificou a expansão das operações militares como "profundamente alarmante". As forças israelenses, por sua vez, evitam áreas com possíveis reféns, pois os captores ameaçam suas vidas.
Netanyahu criticou a falha das Forças Armadas em libertar os reféns, contrastando com a libertação realizada por meio de negociações diplomáticas.
O ministro da Defesa, Israel Katz, reiterou que as decisões do governo prevalecerão, apesar da opinião do chefe militar.
Atualmente, há 50 reféns em Gaza, com vídeos recentes levando à condenação internacional devido ao estado crítico de alguns deles. Desde o início do conflito, cerca de 200 palestinos morreram de fome, incluindo muitas crianças.
A pressão internacional por um cessar-fogo cresce, mas as últimas negociações no Catar não tiveram sucesso. O Hamas insiste que qualquer acordo deve terminar a guerra permanentemente.
As consequências de uma expansão militar em áreas densamente povoadas são preocupantes, uma vez que muitos palestinos estão vivendo em acampamentos de barracas e enfrentam condições extremas.
Um palestino desalojado expressou desespero: "Para onde iremos? As pessoas devem pular no mar se os tanques chegarem, ou esperar para morrer sob os escombros de suas casas?"