Nicho de bicho-grilo vira mercado de US$ 3,7 bilhões
A história da agricultura orgânica no Brasil remonta às décadas de 1970 e 1980, quando pioneiros como Yoshio Tsuzuki iniciaram práticas de entrega de alimentos sem agrotóxicos. Hoje, o setor se consolidou como uma indústria em crescimento, com previsão de expansão significativa nos próximos anos.
O início da agricultura orgânica no Brasil remonta às décadas de 1970 e 1980, quando agricultores já praticavam delivery de cestas de alimentos sem agrotóxicos.
Um dos pioneiros foi Yoshio Tsuzuki (1929-2016), que migrou do Japão e se tornou um defensor da agroecologia em sua chácara em Cotia (SP). Tsuzuki deixou de vender agrotóxicos em 1970, quando se converteu à agricultura orgânica.
Ele fundou a Associação de Agricultura Orgânica e compartilhava a ideia de que as plantas têm autocura e autodefesa. Em seu livro “Nova Técnica – Defesa Fisiológica Contra Doenças e Pragas”, argumentava que insetos não são inimigos, mas que o estresse nas plantas provoca a infestação.
Nos anos 1980, o setor orgânico era apenas um nicho, mas hoje conta com 26.000 empresas e um faturamento de cerca de US$ 3,7 bilhões em 2024, prevendo-se alcançar US$ 15,5 bilhões até 2033.
A pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil” de 2023 indica que 36% dos entrevistados consumiram produtos orgânicos no último mês. Políticas públicas, como a merenda escolar, têm incentivado o consumo de orgânicos.
O mercado eletrônico de orgânicos no Brasil é diversificado, abrangendo desde alimentos básicos até assinaturas de cestas mensais. Globalmente, o mercado de alimentos orgânicos atingiu US$ 230,1 bilhões em 2024, com projeções para US$ 587 bilhões até 2033.