No Brasil onde faltam padres, quem são os jovens que atendem o 'chamado' ao sacerdócio: 'Celibato acontece com naturalidade'
Dois seminaristas mineiros compartilham suas histórias de vocação em meio a um cenário de desafios para a Igreja Católica no Brasil. A busca por renovação e formação de novos padres ocorre em um contexto de queda no número de fiéis e mudanças sociais significativas.
Dois jovens seminaristas de Belo Horizonte, Junior Henrique da Silva e Kaik Ribas, refletem a nova face da Igreja Católica no Brasil. Com 31 e 28 anos, respectivamente, eles abandonaram carreiras anteriores para seguir a vocação sacerdotal.
A formação no Seminário Coração Eucarístico de Jesus dura oito anos e inclui a fase propedêutica, além de graduações em filosofia e teologia. Atualmente, a Igreja enfrenta um desafio demográfico, com a queda no número de padres e a perda de fiéis, enquanto o Brasil continua sendo o maior país católico do mundo.
Dados de 2021 indicam aproximadamente 8 mil seminaristas no Brasil, com 5,3 mil diocesanos e 2,7 mil religiosos. No entanto, a Igreja global viu o número de seminaristas cair de 108,4 mil para 106,4 mil de 2022 a 2023, continuando uma tendência de queda iniciada em 2012.
A viela da vocação é marcada pelo "chamado", que se desenvolve ao longo da vida dos jovens. Junior Henrique e Kaik têm histórias de ligação familiar com o catolicismo, desde a infância até a aceitação dos desafios do seminário.
O cotidiano no seminário é rigoroso, começando às 5h15 e incluindo orações, aulas e atividades sociais. Apesar das regras, eles não se sentem desconectados da sociedade, mantendo contato com famílias e amigos.
O celibato é uma parte importante da formação sacerdotal, vista como natural pelos seminaristas. Eles afirmam que este não é o principal problema da Igreja, mesmo com discussões contemporâneas sobre a sua revisão.
A recent pesquisa sugere um novo perfil entre os seminaristas, que é mais conservador e valoriza tradições litúrgicas. Enquanto isso, a popularidade do papa Francisco simboliza uma esperança de renovação para a Igreja, com Junior e Kaik querendo que o próximo pontífice continue com sua visão progressista.
Embora a morte de Francisco cause dor, seus legados permanecem vivos, como um farol para o futuro da Igreja.