No Chile, ex-ministra comunista será candidata da esquerda à presidência
Jeannette Jara se torna a primeira candidata presidencial do Partido Comunista na história do Chile e enfrentará desafios para conquistar votos da centro-esquerda. Com uma participação eleitoral baixa, a ex-ministra do Trabalho busca se tornar competitiva nas eleições gerais em um cenário polarizado.
Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho e militante do Partido Comunista, venceu as prévias da coalizão governamental chilena, tornando-se a candidata para as eleições gerais de novembro.
No total, 60% dos votos foram para Jara, com 93% das urnas contabilizadas. Sua concorrente direta, a ex-ministra Carolina Tohá, ficou em segundo lugar com 27%. Outros candidatos foram Gonzalo Winter (9%) e Jaime Mulet (2,7%).
Jara, com 51 anos, destacou-se pela redução da carga horária de trabalho e pela aprovação de uma reforma previdenciária. Este é um marco histórico, pois pela primeira vez um membro do Partido Comunista se torna candidato presidencial em uma ampla aliança política chilena.
A jornada eleitoral teve baixa participação, com apenas 1,3 milhão de votantes em um universo de mais de 15 milhões habilitados. As prévias foram voluntárias, e apenas os governantes puderam participar.
Agora, Jara enfrentará candidatos da oposição como José Antonio Kast e Evelyn Matthei, que lideram nas pesquisas. Para ser competitiva, ela terá que construir uma campanha forte e melhorar sua relação com o centro-esquerda.
Após a escolha, o sucesso de sua campanha dependerá de como gerenciará a relação com seu partido e a estratégia para atrair votos, destacou Mireya Dávila, acadêmica da Universidade do Chile.
Publicado por Luisa Cardoso
Com informações da AFP