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No novo Ruy Castro, dois gênios numa trincheira tropical da Segunda Guerra

O encontro de dois gigantes da literatura no Brasil revela a complexidade das emoções e desafios enfrentados no contexto da Segunda Guerra Mundial. Ruy Castro, em "Trincheira Tropical", nos brinda com uma narrativa que destaca o papel do Rio de Janeiro como refúgio e palco de tensões ideológicas.

Georges Bernanos (1888-1948) e Stefan Zweig (1881-1942), dois grandes escritores, tiveram um encontro único em 1942, na fazenda de Cruz das Almas, em Barbacena, MG.

Bernanos, católico e crítico do establishment francês, era conhecido por sua altura e temperamento explosivo.

Zweig, por outro lado, era um autor mais reservado, amigo de figuras como Freud e Rilke. Sua vasta obra inclui O Mundo que Eu Vi, um relato humanista sobre a Europa em colapso.

O relato do encontro inusitado está no livro Trincheira Tropical, de Ruy Castro, que explora a impotência e a resignação frente ao caos mundial.

Bernanos e Zweig representam o embate entre civilização e valores deteriorados que marcaram a Segunda Guerra. O encontro destaca o papel estratégico do Brasil na época, especialmente o Rio de Janeiro como refúgio para perseguidos.

O livro transforma o Rio em personagem principal, retratando um desfile de personalidades em meio à catástrofe mundial. O contraste entre os dois escritores ilustra a busca de Bernanos por um lugar no mundo e a melancolia de Zweig, um apátrida sem espaço.

Após o encontro, Zweig cometeu suicídio em Fevereiro de 1942, levando Bernanos a refletir sobre a perda de homens anônimos que resistem à injustiça. Trincheira Tropical é uma lição para tempos em que valores fundamentais da civilização estão em risco, destacando o papel do Brasil na defesa desses princípios.

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