No setor público, carreiras parecidas têm diferenças de remuneração de até 200%
Análise aponta para a falta de isonomia nas remunerações de cargos administrativos no governo federal. Especialistas sugerem a necessidade de uma revisão e centralização na gestão de recursos humanos para eliminar disparidades salariais.
Remuneração de analista administrativo no governo federal varia de R$ 5.213 a R$ 15 mil, dependendo da área.
Há sete cargos de analista administrativo, segundo o Painel Estatístico de Pessoal do MGI. O República.org identificou ainda 32 posições com denominações diferentes, mas funções semelhantes.
Essa distorção revela uma falta de isonomia remuneração no serviço público. Ana Pessanha, do República.org, destaca a proliferação de carreiras com diferenças não claras.
Muitas vezes, o setor público possui apenas um ou dois cargos, impossibilitando ascensão sem novo concurso. A criação excessiva de carreiras resultou em uma grande variedade de cargos administrativos.
Fernando Coelho, da USP, aponta que existem cerca de 300 carreiras na administração pública federal, evidenciando a falta de uma gestão centralizada de recursos humanos.
A desigualdade salarial entre cargos similares é consequência dessa falta de unificação. Há tentativas de centralização por meio do MGI e eventos como o CNU, que busca integrar cargos.
Cláudia Passador, também da USP, afirma que a multiplicidade de carreiras é reflexo de diferentes visões de Estado ao longo das décadas. Isso gera complexidade e remunerações distintas para funções semelhantes.