No STF, Moraes ameaça prender Aldo Rebelo, que fala em 'censura'
Durante depoimentos, Aldo Rebelo e Hamilton Mourão se manifestam sobre a suposta tentativa de golpe de Estado de Jair Bolsonaro. O ministro Moraes impõe uma abordagem objetiva nos questionamentos, refletindo a tensão no Tribunal.
Ministro do STF Alexandre de Moraes ameaçou prender o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo durante depoimento na ação criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposta tentativa de golpe de Estado.
A ameaça ocorreu após Rebelo não responder de forma objetiva às perguntas da defesa do almirante Garnier Santos, acusado de oferecer suas tropas para a tentativa de golpe. Moraes insistiu para que Rebelo focasse nos fatos, não na semântica.
Rebelo, que se irritou, afirmou: "A apreciação da língua portuguesa é minha e não admito censura." Moraes respondeu que ele seria preso por desacato se não se comportasse.
Aldo Rebelo então afirmou que o comandante da Marinha não poderia acionar as tropas sozinho, detalhando a necessidade de consultar a cadeia de comando. Moraes encerrou a discussão, citando a situação do golpe militar de 1964, e destacou que Rebelo, sendo historiador, compreendia a falta de consulta naquele momento.
Em outro depoimento, o senador Hamilton Mourão declarou não ter conhecimento de qualquer plano golpista durante seu tempo como vice-presidente e afirmou que estava em casa durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele classificou os eventos de "baderna" e atribuiu a responsabilidade pelos danos à inação do governo Lula em garantir a segurança.
Moraes interveio novamente, pedindo à defesa que se mantivesse focada em perguntas objetivas.
Mourão também comentou sobre a alegação de monitoramento por parte dos envolvidos no suposto plano golpista, ressaltando que não tinha nada a esconder.